A capacitação aconteceu no Auditório do Pronaf (Bairro Ondina) no período das 08h às 12 h e teve como público alvo os Agentes Comunitários de Saúde, de Endemias e a equipe de profissionais da área da Saúde do Município; enfermeiros e técnicos em enfermagem.
São considerados animais peçonhentos as
Cobras, aranhas, escorpiões, lacraias, taturanas, vespas, formigas, abelhas e marimbondos que através de um mecanismo de caça e defesa, são capazes de injetar em suas presas uma substância tóxica produzida em seus corpos, diretamente de glândulas especializadas (dente, ferrão, aguilhão) por onde passa o veneno.
De acordo com o secretário municipal de Saúde, Ueverton Rodrigues, além de capacitar os profissionais de saúde para os atendimentos envolvendo os acidentes com animais peçonhentos, o evento ofereceu ainda, subsídios para que eles possam orientar os trabalhadores das áreas rurais sobre medidas de prevenção contra acidentes envolvendo esses animais, tão comuns na região.
“Por causa de um menino de 15 anos que veio a óbito recentemente em decorrência de uma picada de escorpião, erroneamente o município de Vila Pavão, ganhou destaque nas manchetes de jornais de todo o estado. Todos nós ficamos muito sensibilizados com a morte do menino, mas é importante que se diga que ele residia com a família nas proximidades do município na localidade de Córrego do Limão, do lado de Nova Venécia”, ratificou o secretário.
Oficina de capacitação
A oficina de capacitação foi ministrada por Denise Pimentel (coordenadora do Programa de Acidentes com Animais Peçonhentos da Secretaria de Estado da Saúde – Sesa) e por Maxwell Marchito de Freitas (Coordenador do Programa de Leptospirose da Sesa).
A coordenadora da Sesa afirmou que o caso do menino chamou a atenção de todo o estado para um problema que não é só de Vila Pavão, e que o fato do menino que veio a óbito, após ser picado por escorpião não residir na área territorial pavoense, não invalida o esforço da Sesa de levar capacitação aos profissionais de Saúde local, porque no geral há uma certa deficiência de conhecimento a respeito do problema em todos os municípios.
Segundo Denize, Vila Pavão está incluído no site de locais com alto índice de acidente com animais peçonhentos, inclusive com escorpião que é o animal que mais causa acidente no estado, no entanto, poucos casos são notificados. “ Nossa política de prevenção é norteada pelo índice de acidentes que os municípios apresentam. Trabalhamos com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Se o sistema mostra que o município tem um índice baixo, deveríamos ficamos tranquilo, mas por outro lado, é isso que nos preocupa mais. Ora, se o município está inserido numa região onde o índice de ataque de animais peçonhentos é alto, a conclusão e que os casos estão sendo sub notificados, então, estamos batendo na tecla de que por mais simples que seja o caso, precisa ser notificado”, alertou.
Ela esclarece que o soro não imuniza o paciente, apenas interrompe a ação do veneno no organismo, então quando mais rápido a pessoa receber cuidados, mais chance de sobreviver terá.
A Enfermeira da Vigilância Epidemiológica local, Fernanda Jacob, explicou que o índice de notificação de casos de picadas de animais peçonhentos em Vila Pavão é baixo porque a maioria dos casos que ocorrem no município são graves e por isso, são encaminhados diretamente para os hospitais de Barra de São Francisco e Nova Venécia, para que os pacientes recebam o mais rápido possível o soro para interromper a ação do veneno em seus organismos, ficando a cargo desses hospitais fazer a notificação à Sesa. Apenas os casos de pacientes menos greves é que são atendidos pelo município.
“Após essa capacitação que foi muito esclarecedora, os agentes de saúde na ocasião de suas visitas às famílias, ficarão incumbidos de resgatar dados notificados em outros hospitais para que sejam notificados aqui também para que o município possa gerar dados que possibilitem o recebimento de recursos no futuro para enfrentar de forma eficaz o problema. Nesse sentido pedimos a colaboração das vítimas de animais peçonhentos, seja o ataque, grave ou não, que procurem o Agente de Saúde da região ou Posto de Saúde mais próximo para notificar o caso”.
Saiba como se prevenir de ataques de animais peçonhentos
Ataques de animais peçonhentos são mais comuns no verão. Manter o quintal limpo, sacudir roupas e tapar frestas em paredes podem evitar evitar acidentes com cobra, aranhas e escorpiões. Na nossa região as notificações mais comuns envolvem escorpiões, cobras, aranhas e abelhas.
Dicas:
- Mantenha o quintal e o jardim limpos para afastar ratos e, consequentemente, cobras. Evite acumular lixo em casa para não atrair baratas, alimento de escorpiões.
- Sacuda roupas, lençóis, cobertores e verifique calçados antes de usá-los.
- Evite colocar a mão atrás de móveis ou folhagens.
- No campo, calce botas de cano alto ou botinas com peneiras. Para atividades que ofereçam riscos aos braços e mãos, opte por luvas e mangas de proteção.
- Sempre que for mexer em buracos, troncos ocos, folhas secas ou caminhar pelo campo, use um pedaço de pau ou graveto.
- Vãos, buracos e frestas em portas, janelas e paredes devem ser tapados para não atrair aranhas.
- Quando for manipular abelhas, vista roupas adequadas e claras, de preferência de cor branca. Antes de operar máquinas agrícolas, inspecione em volta para conferir se não há colmeias.
