A safra cafeeira este ano está ocorrendo um pouco fora da normalidade, em função da pandemia do coronavírus (Covid 19)
A colheita do Café Conilon, atividade que envolve, praticamente, todos os municípios interioranos do Espírito Santo, começou na maioria das propriedades rurais de Vila Pavão e região em meados do mês passado. A safra atinge o seu ápice neste mês de maio, devendo durar até o final do mês que vem.
Um levantamento do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), aponta que em abril foram colhidos 15% dos grãos. Maio deve superar os 50% e o restante da colheita fica para o mês de junho. É importante esclarecer que o instituto desde o início da pandemia do coronavírus (Covid 19), vem realizado atendimentos de forma remota, por meio de telefone, whatsapp, e-mail e outros canais eletrônicos.
Em termos de produção, a safra de 2020 no município terá uma perda de 20% a 30% em relação ao ano passado. “Esta queda na produção está relacionada a fatores como carga pendente do ano anterior; alto custo dos insumos que obrigou os cafeicultores a adubar menos e a fatores ligados a ocorrência a praga e doenças nas lavouras. Quanto ao rendimento, as boas condições climáticas possibilitaram uma ótima formação de grãos, gastando assim, entre 3,6 a 3,9 sacas para a produção de 01 saca pilada”, observou o chefe do escritório do Incaper de Vila Pavão, Rogério Durães de Oliveira.
Conforme Ele, a safra cafeeira em Vila Pavão neste ano está ocorrendo um pouco fora da normalidade. Em função da pandemia, os produtores estão utilizando mais a mão de obra familiar ou contratando trabalhadores temporários do próprio município.
O extensionista observa também que nesta colheita os agricultores resgataram uma prática interessante muito utilizada no passado: a troca de serviços entre familiares, que resume com exatidão o verdadeiro o espírito de coletividade.
Referente à parte técnica, este ano, a precipitação pluviométrica foi muito boa, já que até momento, não foi registrado nenhum período de seca.
Segundo dados do IBGE, Vila Pavão possui uma área plantada de café de 4.550 há, sendo 3.750 há em produção e 800 há em formação.
Quanto ao rendimento, as boas condições climáticas possibilitaram uma ótima formação de grãos, gastando assim, entre 3,6 a 3,9 sacas para a produção de 01 saca pilada.
Na propriedade do cafeicultor Sergio Rossow, localizada na Cabeceira de Praça Rica, a poucos quilômetros de distância da sede do município, a colheita começou no início deste mês. Suas lavouras são cultivadas dentro de técnicas modernas e assistidas pelo Incaper. Isso faz com que sua produtividade atinja em média 80 sacas por ha, quase o dobro da média geral do município que gira em torno de 45 sacas por ha.
As lavouras de Sergio Rossow ocupam uma área de 08 hectares. A colheita dos grãos é feita com a ajuda de familiares e mais 07 trabalhadores temporários do próprio município. A reportagem constatou que mesmo trabalhando ao ar livre e distante uns dos outros, os colhedores se protegem da ameaça de contaminação pelo coronavírus, obedecendo às recomendações básicas como higienização das mãos e uso de máscara quando estão juntos nos intervalos para refeições.