Família de agricultores do município mantém a tradição do cultivo das lavouras artesanais de arroz

O cultivo de arroz é uma tradição antiga. O produto é uma importante fonte de alimento. No entanto, com o tempo, muitos agricultores, especialmente os da nossa região, deixaram de lado o cultivo de variedades artesanais, a substituindo por outras culturas mais comerciais e lucrativas.

Com isso, a população da região passou a consumir arroz comprado em supermercados, produzido mecanicamente em grandes extensões nos estados do Rio Grande Sul, Goiás e outros.

O cultivo de arroz artesanal é uma prática sustentável, pois essas variedades tendem a ser mais resistentes a pragas e doenças, o que significa que menos produtos químicos são necessários para seu cultivo. Além disso, muitas vezes essas variedades são cultivadas em pequenas áreas, o que significa que há menos impacto ambiental em comparação com a produção industrial de arroz.

Outra vantagem do cultivo de arroz artesanal é que essas variedades têm um sabor único e muitas vezes são mais nutritivas do que as variedades comerciais. Além disso, o cultivo de arroz artesanal é uma forma importante de preservar a diversidade agrícola e cultural.

Em Vila Pavão, ainda há pelo menos uma família de agricultores familiares que mantêm a tradição do cultivo de lavouras artesanais de arroz.

O agricultor Edgar da Cruz, 54 anos, e seus irmãos ainda se dedicam a cultivar variedades tradicionais de arroz em várzea. No plantio são cultivadas sementes adaptadas às condições específicas do ambiente local, mantendo uma tradição de mais 50 anos, herdada do pai, João da Cruz.

As lavouras são cultivadas em cerca de três hectares de várzeas, em propriedade de sete alqueires bem preservados, no Córrego da Cutieira, interior de Vila Pavão, por três irmãos que depois dividem a produção. A expectativa para a colheita deste ano, prevista para começar na semana que vem e de mínimo 80 sacos de 50 quilos. Edgar que também é Agente Comunitário de Saúde realiza o trabalho aos fins de semana e nas horas vagas.

“Eu vim para cá com três meses de idade. Cresci vendo meu plantar arroz. Depois que ele morreu continuamos plantando todos os anos. A produção é para as despesas da família. Recentemente adquirimos uma máquina para “pilar” o produto, o que facilitou muito o trabalho. Queremos manter a tradição, pois, além de economizarmos, consumimos um produto de melhor qualidade“, disse o agricultor.

A iniciativa da família é apoiada pela Secretaria de Agricultura do municipio. “O cultivo de lavouras artesanais de arroz é uma prática importante e sustentável que deve ser valorizada e preservada. Os agricultores familiares que mantêm essa tradição são guardiões importantes da biodiversidade agrícola e cultural, e seu trabalho deve ser apoiado e valorizado“, destaca o secretário Gecimar Rodrigues.

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